domingo, 16 de dezembro de 2012

Metafísica de Aristóteles.


No capítulo 2 do livro da Metafísica, Aristóteles nos assegura que nenhuma das causas dos seres é infinita. As causas material, formal, eficiente e final têm todas um princípio. Para ele, é impossível haver uma série de causas infinitas, tanto do efeito para a causa (ordem ascendente) quanto da causa para o efeito (ordem descendente). O filósofo estagirita admite situações com estágios intermediários entre a causa princípal e a final mas também alerta  quanto à impossibilidade de estágios sucessivos que podem ser separados ad infinitum. Para ilustrar sua tese, Aristóteles cita o exemplo do homem que é gerado a partir da criança. É um caso em que há espaço para o devir, um momento entre o ser e o não ser, entre o que é e o que não é. Já no caso dos elementos (água, terra, ar e fogo) que se transformam uns nos outros, o filósofo afirma que as formas se sobrepõem sem necessidade de pontos intermediários.
De acordo com Aristóteles, na ordem da causalidade formal, se houvesse causas infinitas seria impossível chegarmos a qualquer tipo de conhecimento. Há, necessariamente, um primeiro termo que é a quididade ou substância que permanece como algo indiviso e, por isso, se nos apresenta de modo inteligível e não como algo cuja definição pode ser ampliada indefinidamente. Para ilustrar a tese, o filósofo argumenta que seria impossível pensarmos em uma linha se imaginarmos pontos que jamais se unem por conta de infinitas divisões entre eles. Assim, ele afirma não ser possível pensar ou estabelecer a quididade infinita. Quanto à causa "para que", a causa final, Aristóteles afirma que ela é a causa que não existe em vista de outra coisa, as outras coisas é que existem em vista dela. E, se existe um tal termo final, não haverá infinito. Para ele, ninquém empreende alguma coisa se não pretende chegar a um objetivo final e, se não houver essa pretensão, não haverá inteligência em tal ação. Quem admite o infinito destroi a natureza do Bem.

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